Antes da colonização portuguesa, a península de Macau era habitada por várias populações de pescadores chineses da região de Cantão. Crê-se que palavra Macau se deve ao culto da deusa Á-Má, venerada em particular no sul da China. A hipótese é de que um dos primeiros lugares de desembarque dos portugueses na região foi a Baia de Á-Má (Á-Má-Gao em cantonês). Progressivamente Á-Má se tornou em Amação, Maçao e, por fim, Macau.
No século XVI os navegadores portugueses chegaram à península. Após uma permanência provisória de quatro anos desde 1553 a 1557, nesse ano as autoridades chinesas autorizaram os portugueses a se estabelecerem permanentemente em Macau e a obter direitos administrativos. Desta forma, Macau se tornou num importante centro económico para as rotas comerciais portuguesas e espanholas na Ásia, atraindo assim mais colonizadores que queriam usufruir do seu potencial. Macau se tornou assim numa grande cidade comercial, um intermediário entre a China e a Europa.
Por causa do grande interesse económico europeu nesta região, vários missionários decidiram viajar até Macau para promover a difusão da fé Cristã. Foi assim que a cidade desempenhou um papel essencial no que concerne à conversão das populações indígenas asiáticas ao cristianismo. Consequentemente, Macau se tornou num dos maiores centros da religião cristã na Ásia.
Depois da Revolução dos Cravos em 1974, as negociações entre a China e Portugal foram iniciadas, mas foi apenas em 1999 que se chegou a um acordo harmonioso. A 20 de Dezembro de 1999, através da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau, assinada em cerimónia oficial, determinou-se a transferência imediata da soberania de Macau do governo português ao governo chinês.
Hoje em dia, Macau – um centro de riqueza derivada dos casinos (que é usualmente apelidada de “Las Vegas da Ásia”) ainda tem vestígios linguísticos da presença secular portuguesa na região e nas ruas. Interessante é o reconhecimento oficial do Português como uma das duas línguas oficias em Macau além do Mandarim, embora os macaenses falem Cantonês.
O Cantonês é um exemplo dos idiomas falados nas ruas que não são reconhecidos oficialmente mas cuja relevância social e histórica é inegável: além do cantonês existe o patuá que é também chamado português macaense ou simplesmente macaense.
A presença dos cantoneses em Macau antes a chegada dos portugueses foi muito importante no que respeita ao desenvolvimento do português macaense, porque os locais se misturaram com os portugueses e, assim, tanto o português como o cantonês falados na região se influenciaram mutuamente. As novas gerações mestiças desenvolveram o patuá, um idioma profundamente radicado no cantonês e no português e um vestígio informal da história colonial de Portugal na Ásia.
Artigos sugeridos:
– História de Macau: https://www.aresemares.com/index.php/paises/macau/historia-de-macau/.
– Maquista úndi vôs ta vai? A regeneração do Patuá de Macau: https://www.conexaolusofona.org/maquista-undi-vos-ta-vai-a-regeneracao-do-patua-de-macau/.
– Lost language: How Macau gambled away its past: https://www.theguardian.com/world/2018/jan/10/macau-city-losing-language-china-portuguese-macanese.
Vídeo sugerido:
– Grande Reportagem Antena1: „Macau sâm assi“: https://www.rtp.pt/noticias/mundo/grande-reportagem-antena1-macau-sam-assi_a1192592.
[1] https://www.chinadiscovery.com/macau/maps.html.
[2] https://slideplayer.com/slide/13794344/
[3] https://cronicasmacaenses.com/2014/10/08/macau-as-4-estatuas-de-jesuitas-da-fachada-das-ruinas-de-sao-paulo/.
[4] http://portuguese.people.com.cn/n3/2017/0414/c309806-9203172.html.
[5] https://www.1000lonelyplaces.com/wp-content/uploads/2016/11/featured-image-8.jpg
[6] https://www.conexaolusofona.org/maquista-undi-vos-ta-vai-a-regeneracao-do-patua-de-macau/.
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