No Brasil há várias músicas tradicionais como o choro, o samba e o frevo. Embora que elas sejam muito conhecidas no país, elas representam a música tradicional que não possui a força de se aproximar aos estrangeiros e ao estilos que dominava a cena musical no exterior. Por causa disso, músicos estrangeiros tinham dificuldades em assimilar músicas tão “fechadas”.
Na década de 1950, alguns dos artistas mais importantes da época como João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes estavam em busca de uma modernização da música brasileira. Eles acreditavam na necessidade de criar um estilo novo que acompanhasse o desenvolvimento cultural dos maiores países do mundo. Neste aspeto, a música popular (brasileira) constituía uma tipologia de música anacrônica, na opinião deles. Foi assim que, inspirando-se no jazz dos Estados Unidos da América e no samba, nasceu a Bossa Nova – o estilo musical que pretendia ser original e exemplo da modernidade do Brasil para todo o mundo.
A bossa nova nasceu no Rio de Janeiro, que se tornou o lar deste novo estilo e o epicentro da sua expansão para todas as regiões do país. Inegavelmente, o sucesso da bossa nova foi enorme. A canção “Chega de Saudade”, cuja música foi composta por Tom Jobim e as letras escritas por Vinicius de Moraes, foi um verdadeiro sucesso dentro e fora do país e legitimou os esforços de inovação destes artistas. Uma outra canção de Jobim e Vinicius de Moraes, “Garota de Ipanema”, viria a ser conhecida no mundo inteiro e entrou no cânone internacional da música jazz, garantindo ao Brasil a entrada na história da música mundial.
Como muitos géneros artísticos que tiveram sucesso, a bossa nova tornou-se um maneirismo e perdeu o seu espírito inovador. Após algumas décadas, a bossa nova se tornou uma música tradicional do país com códigos e regras claras e precisas, como o samba e o choro.
Porém, ainda existem artistas no Brasil que perseguem o princípio da modernização que inspirou os criadores da bossa nova. Entre os jovens artistas mais importantes da música brasileira contemporânea está, sem dúvida, o pianista pernambucano Amaro Freitas. Seu estilo combina elementos da música jazz pós-1950 (especialmente bebop, cool e hardbop) com ritmos típicos de influência africana do nordeste do Brasil como o frevo, o baião e o maracatu.
Apesar da grande diversidade musical promovida por diversos artistas contemporâneos, o Brasil ainda está fortemente ligado ao samba e à bossa. Também fora do país, o estereótipo desses estilos continua a vigorar para os estrangeiros. Mesmo assim, há jovens artistas como Amaro Freitas que tentam promover a inovação tocando uma música que se baseia em diferentes tradições para incorporar o espírito “multicultural” do Brasil.⁶
Músicas sugeridas:
Cartola, “Preciso Me Encontrar” https://www.youtube.com/watch?v=fUjOfsoBhMY.
Stan Getz e João Gilberto, “Garota de Ipanema” https://www.youtube.com/watch?v=otGz6hz-AXo.
Amaro Freitas, “Rasif” https://www.youtube.com/watch?v=937Ooyyrfmg.
Artigos sugeridos:
https://blog.saraiva.com.br/o-jazz-no-brasil/.
https://www.grupocuco.com/post/2018/02/15/s-c3-a3o-paulo-a-cidade-do-jazz-no-brasil.
[1] https://encenasaudemental.com/personagens/cartola-o-mundo-e-um-moinho/.
[2] http://memorialdademocracia.com.br/card/que-coisa-mais-linda-mais-cheia-de-graca.
[3] https://mysoundbook.eu/getz-gilberto-das-legendaere-jazz-album-von-stan-getz-joao-gilberto-und-antonio-carlos-jobim-wurde-1964-veroeffentlicht/.
[4] https://www.discogs.com/Amaro-Freitas-Rasif/release/12705112.
[5] https://www.itaucultural.org.br/amaro-freitas-trio
[6] https://laparola.com.br/amaro-freitas-entrevista
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